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Sistema Start/Stop. Qual o impacto a longo prazo no motor do teu carro?
2018-01-17 www.razaoautomovel.com Nuno Antunes - Razão Automóvel

A tecnologia Start/Stop foi criada para poupar combustível e reduzir emissões, mas quais os impactos na vida do motor do teu carro?


O sistema Start/Stop como o conhecemos surgiu muito antes do que imaginas. Os primeiros surgiram na década de 70, pelas mãos da Toyota, durante uma fase em que os preços do petróleo estavam a aumentar significativamente.


Devido à maior parte dos automóveis daquela época utilizarem carburadores, o sistema não teve sucesso. O tempo que os motores demoravam a ligar, e os problemas de funcionamento que apresentavam, assim o ditaram.


A Volkswagen terá sido a primeira a introduzir o sistema em massa em vários modelos como o Polo e o Passat, em versões denominadas de Formel E, na década de 80. Depois disso, aparentemente só em 2004 surgiu uma implementação do sistema, fabricado pela Valeo e aplicado no Citroën C3.


Certo é que atualmente o Start/Stop é transversal a todos os segmentos, e podes encontrá-lo em citadinos, familiares, desportivos, e tudo o que possas imaginar.


Tendo em conta que para um moderno motor a gasolina, o combustível consumido para o arranque a quente é o mesmo que é necessário para 0,7 segundos ao ralenti, facilmente percebemos a utilidade do sistema.


Na prática faz sentido, e é considerado um dos melhores sistemas para poupar combustível, mas a questão coloca-se frequentemente. Será um sistema benéfico a longo prazo para a vida do motor? Vale a pena mais umas linhas para ficares a perceber.


Como funciona

O sistema foi concebido para acabar com as situações em que o veículo está imobilizado, mas com o motor em funcionamento, gastando combustível e emitindo gases poluentes. Segundo vários estudos, estas situações representam 30% dos trajetos habituais em cidade.


Assim, sempre que imobilizado, o sistema desliga o motor, mas o automóvel mantém quase todas as outras funções ativas. Como? Já lá vamos…


A inserção do Start/Stop não é apenas uma opção que permite desligar o motor. Para poder contar com este sistema são necessários outros componentes, que não só permitem o funcionamento como asseguram que este não gera quaisquer problemas.


Assim, na maioria dos automóveis com sistema Start/Stop contamos com os seguintes items adicionais:


-Motor de arranque reforçado

-Bateria de maior capacidade

-Motor de combustão interna otimizado

-Sistema elétrico otimizado

-Alternador mais eficiente

-Unidades de comando com interfaces adicionais

-Sensores adicionais


O sistema Start/Stop não desliga o automóvel (ignição), apenas desliga o motor. Este é o motivo que leva a que todas as restantes funções do automóvel permaneçam em funcionamento. Para que isto seja possível, é necessário um sistema elétrico otimizado e uma bateria de maior capacidade, para que aguentem o funcionamento dos sistemas elétricos do automóvel com o motor desligado.


Assim, podemos considerar que o “maior desgaste dos componentes” devido ao sistema de Start/Stop é apenas um mito.


Vantagens

Como vantagens podemos destacar o principal propósito para que foi criado. Poupar Combustível.


Para além deste, a inevitável redução de emissões poluentes quando o carro está imobilizado é mais uma vantagem, até porque daqui poderá advir também uma redução no Imposto de circulação (IUC).


O silêncio e tranquilidade que o sistema permite ao desligar o motor no trânsito sempre que parado, parecendo que não, é também significativo, uma vez que deixamos de ter quaisquer tipos de vibrações e ruídos provocados pelo motor durante o tempo que permanecemos imobilizados.


Desvantagens

É possível considerar que não existem desvantagens, uma vez que é sempre possível desligar o sistema. No entanto, quando isso não é feito, podemos ter alguma hesitação no arranque, embora os sistemas estejam cada vez mais evoluídos e permitam arranques de motor cada vez mais suaves e imediatos.


Existem exceções

A introdução do sistema Start/Stop obrigou os fabricantes a garantir que o motor é capaz de suportar as diversas e sucessivas paragens quando o sistema entra em funcionamento. Para isso o sistema funciona com diversas condicionantes que uma vez não verificadas, inibem o sistema, ou suspendem-no, nomeadamente:


-Temperatura do motor

-Uso do ar condicionado

-Temperatura exterior

-Assistência na direção, travões, etc..

-Voltagem da bateria

-Inclinações acentuadas


Desligar? Porquê?


Se é verdade que para que o sistema seja ativado é necessário cumprir uma série de requisitos como ter o cinto de segurança colocado, e ter o motor a uma temperatura ideal, entre outros, também é verdade que por vezes o sistema é ativado sem alguns dos requisitos cumpridos. Aposto que já te aconteceu.


Um dos requisitos para que o sistema não entre em funcionamento, tem a ver com o facto de garantir a lubrificação e refrigeração. Ou seja, após uma longa viagem, ou alguns quilómetros a uma velocidade mais elevada, não é de todo conveniente que o motor seja desligado abruptamente. Agora experimentem vir à velocidade que quiserem numa AE e parar na portagem. Até dói!


Esta é uma das situações em que deves desligar o sistema, para que o motor não seja desligado de imediato nas paragens que sucedem a uma longa ou “apressada” viagem. Aplica-se também a qualquer situação de esforço, condução desportiva ou em circuito. Sim, naqueles track-days aconselho-te vivamente a garantires que o sistema está desligado.


Outra situação é em condução fora de estrada, ou por exemplo numa zona alagada na altura de chuvas fortes. Uma vez mais é óbvio. A primeira porque a transposição de obstáculos por vezes é feita a uma velocidade tão reduzida que o sistema vai desligar o motor, quando na verdade nós queremos avançar. A segunda porque na eventualidade do tubo de escape estar debaixo de água, no momento em que se dá o arranque do motor, a água é sugada pelo tubo de escape, causando danos no motor que se podem revelar irreparáveis.


Consequências?

Estas situações, que acabamos de referir, sim podem causar alguns eventuais problemas, principalmente em motores sobrealimentados (com turbo) e de elevada potência — os Turbos não só alcançam velocidades de rotação acima das 100 000 rpm, como podem atingir temperaturas de largas centenas de graus centígrados (600 ºC – 750 ºC) — Assim, é fácil perceber o que acontece quando a paragem do motor é feita de uma forma abrupta. A lubrificação deixa de ser feita de forma repentina, e o choque térmico é maior.


No entanto, e na maior parte dos casos nomeadamente no dia-a-dia e durante a condução em cidade, os sistemas de Start/Stop estão desenhados para suportar toda a vida do automóvel, e para isso todos os componentes que poderão sofrer um maior desgaste com este sistema são reforçados, por isso… don’t worry!


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